A exposição exagerada a ruídos pode induzir dano auditivo. O trabalho em ambientes com barulho intenso de máquinas ou motores exige a proteção dos ouvidos com abafadores auriculares, no intuito de reduzir a exposição sonora. Da mesma forma, no nosso cotidiano, devemos evitar sons mais intensos, para preservarmos nossa capacidade auditiva.
É comum, após shows ou festas, algumas pessoas sentirem um zumbido ou chiado, devido ao trauma sonoro ocorrido. A depender do tempo e da intensidade da exposição, podemos observar uma perda auditiva permanente, mas situações de menor gravidade costumam apresentar zumbido temporário apenas por alguns dias.
Empresas que possuem máquinas ruidosas devem, por Lei, oferecer a seus funcionários a proteção auricular. Uma vez que o tempo de exposição ao som produzido pelas máquinas é amplo e repete-se a cada dia de trabalho, os funcionários devem realizar exames periodicamente para que a empresa, o funcionário e o médico certifiquem-se de que não esteja ocorrendo dano auditivo no exercício do trabalho.
Em ambientes de festa, o risco está na proximidade das caixas de som. Da mesma forma, o uso de fones de ouvido – para ouvir rádio, mp3, cd – com volume mais forte pode induzir perdas auditivas futuras. Os fogos de artifício, muito usados no período das festividades do São João, também trazem prejuízos auditivos que não se limitam às perdas auditivas, mas inclui a possibilidade de perfuração timpânica, dada a intensa pressão sonora, e de zumbido definitivo.
Preservar a audição é fundamental para que tenhamos bem-estar duradouro. A exposição a ruído constante de moderada intensidade ou em episódio único de grande intensidade acarreta dano auditivo, que será somado à possível perda auditiva que apresentamos na terceira idade. Ingressar nessa fase da vida sem alterações auditivas pode representar a diferença entre uma vida social plena ou a reclusão devido à incapacidade de ouvir corretamente.
Humberto Reis é médico, doutor em otorrinolaringologia pela UniversidadComplutense de Madrid. É autor de livro médico e publicou dezenas de artigos científicos no Brasil e no exterior.